logopeq.GIF (1961 bytes)

Joguinho Amistoso...
Marcelo Sampaio

 

O ano foi 1985, estávamos no 1º ano do científico (2º grau para os mais novos...) e como todo mundo sabe o Ney é mineiro de uma pequena cidade chamada Ervália (perto de Viçosa).
Naquele ano ele organizou uma excursão para a sua cidade natal e demais cidades adjacentes (Ouro Preto, Viçosa e Mariana). Foram aproximadamente 80 alunos (dois ônibus) passar o final de semana sob o seu comando e ajudado pelo não menos polêmico Nivaldo.
A primeira parada foi na própria cidade de Ervália, onde já estava combinado um joguinho amistoso de volei feminino e futebol masculino entre os times do Franco e de adolescentes da cidade. E  que por sinal, foi o motivo da história.
Imaginem o que foi a chegada de um ônibus do Rio de Janeiro em uma pequena cidade de Minas Gerais.  Pois naquela ocasião foram dois ônibus...Eu acredito que toda a cidade estava reunida naquela pequena quadra de esportes.
Na preliminar as meninas começariam jogango enquanto que os meninos estavam responsáveis pelo samba.   E eu já estava me encaminhando para o reco-reco quando ao passar ao lado da rede da quadra de volei, recebo um apito na minha mão e sabe de quem????   Pois é, do Nivaldo que passou-me o "mico-preto"...
Pois bem, comecei a apitar o jogo com aquela já prevista torcida contra...
Resultado: as meninas perderam o jogo para a alegria da maioria da torcida e do juiz do jogo masculino.  Um nativo com 50 anos com grande influência naquela sociedade (algo semelhante ao Eurico Miranda).
Então começou o jogo dos rapazes. Cabem aqui dois comentários para que você possa perceber o clima do jogo: o juiz beneficiava claramente o "seu" time da casa; este time adversário era composto de estudantes que aparentavam ser do supletivo (pela tamanho e pela idade).
Com alguns minutos de jogo, a disputa me lembrava muito futebol (americano é claro).  Depois de alguns lances desfavoraveis para o nosso lado, entrou no time o Paulo Cavalo que não jogava muito bem, mas era grande.  No seu primeiro lance ele fez uma falta que faria justiça à tônica do jogo: nosso time apanhando.
E o tempo fechou: foi uma pancadaria generalizada onde os únicos que tentavam apartar a briga eram o Ney e o Nivaldo.  Até que no meio da confusão o Nivaldo que tentava a paz, levou um tabefe no rosto que chegou a estalar. E o grande Nivaldo de apaziguador passou a ser o maior boxer que eu já vi: distribuiu muito tapa e alguns socos beneficiados pela sua altura e "know-how" da Mangueira.
Depois de alguns minutos de briga veio a trégua. Rapidamente o Ney ordenou para irmos embora naquele instante, afinal o cerco estava se fechando contra nós ( em minoria absotuta).  E os ônibus foram saindo pela rua principal da cidade sob os olhos raivosos de toda a população ervaliense.
Acredito que depois deste episódio o Ney tenha voltado na sua terra-natal com um grande disfarce para não ser reconhecido. E nós ficamos com uma excelente impressão da receptividade mineira.
Um grande beijo saudoso à todos que vivenciaram esta história comigo.  E um
abraço espiritual ao saudoso Nivaldo, que além de professor era um grande amigo.

Envie sua história para [email protected]