queridos.jpg (2264 bytes) Embora estudioso, Português foi uma matéria que demorei a conseguir boas notas. Comecei a melhorar quando passei a ter aulas particulares com a Dirce Brígida (ex-aluna do Franco, da turma da minha irmã Stella). As dicas que esta irmã também me dava, principalmente em "Redação", também ajudaram muito. 

Mas quem mais me motivou a buscar um melhor desempenho na matéria foi a professora Sylvia de Lóssio Seiblitz. Adorava suas aulas, professora exigente, mas também muito carinhosa e justa.

Lembro-me, certa vez, nossa colega Jaíra José entregou sua redação bem antes do tempo disponível esgotar-se. Dona Sylvia perguntou se ela tinha certeza que só queria escrever aquilo, que ainda tinha muito tempo. Mas sua aluna deixou o texto como estava. Na aula seguinte ela, com simpatia, reconheceu que Jaíra tinha escrito pouco mas muito bem. Nota dez.

Em outra oportunidade, eu e Milton fomos conversar com ela pois achávamos que nossa nota de conceito tinha sido baixa. Apesar de não falarmos muito, estávamos sempre prestando atenção. Ela, democraticamente, concordou e alterou nossa nota.

Várias eram as expressões que ela costumava usar para alegrar as suas aulas: "taico-taico school" (uma alusão à escola da tia teteca), virgulina, etc. Fazíamos apostas de quantas vezes ela iria dizer "queridos" durante a aula. Quando descobria tal fato passava a usar outros vocativos, tal como "discípulos".

Quando dava os resultados das provas costumava assustar os que tinham tirado as melhores notas, perguntando se o aluno não tinha estudado. Quando os alunos, nas vistas de provas, mostravam algum erro na correção, que fosse abaixar a nota, costuma dizer: "fica pela honestidade".

Em 1978, quando tinha 15 anos e estava no terceiro ano do segundo grau, foi realizado um concurso de poesias no Franco. Pensei em inscrever uma singela obra em homenagem à ela, empregando as frases célebres de nossa querida professora. Mas tímido como era e certo da simplicidade de meu escrito, o texto ficou engavetado. Mas hoje, mais de 20 anos depois, presto aqui minha humilde homenagem, que elaborei com muito carinho, durante minha adolescência.


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Queridos... Querida Professora.
(Uma singela homenagem)
Luiz Cláudio Peixoto de Azevedo

Com licença querida?
A senhora já explicou...
Sabes o que vou falar?
Muito bem, errou!

Hoje falo de ti mestra,
eu, sinestésica criatura
que muitas vezes, confesso,
deixei de lado a leitura.

Detestava o Português
Ora, ora, sou brasileiro...
Mas a senhora é incentivo,
estudei o dia inteiro.

Não dou aula, vendo aula,
disse a senhora muito bem.
Sua aula não é só aula,
é alegria também!

Vou terminando aqui mesmo,
nem muito bem, nem muito mal,
com meu caderno of dia
usando um ponto final.


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Dedicatória escrita pela querida professora.

Se você lembra de outras frases que a Professora Sylvia utilizava envie para [email protected]

Stella Maria Peixoto de Azevedo colaborou com: "Duralex é de lex no caderno é só zerex"