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Embora estudioso, Português
foi uma matéria que demorei a conseguir boas notas. Comecei a melhorar quando passei a
ter aulas particulares com a Dirce Brígida (ex-aluna do Franco, da turma da minha irmã
Stella). As dicas que esta irmã também me dava, principalmente em "Redação",
também ajudaram muito. |
Mas quem mais me motivou a buscar um melhor
desempenho na matéria foi a professora Sylvia de Lóssio Seiblitz. Adorava suas aulas,
professora exigente, mas também muito carinhosa e justa.
Lembro-me, certa vez, nossa colega Jaíra
José entregou sua redação bem antes do tempo disponível esgotar-se. Dona Sylvia
perguntou se ela tinha certeza que só queria escrever aquilo, que ainda tinha muito
tempo. Mas sua aluna deixou o texto como estava. Na aula seguinte ela, com simpatia,
reconheceu que Jaíra tinha escrito pouco mas muito bem. Nota dez.
Em outra oportunidade, eu e Milton fomos
conversar com ela pois achávamos que nossa nota de conceito tinha sido baixa. Apesar de
não falarmos muito, estávamos sempre prestando atenção. Ela, democraticamente,
concordou e alterou nossa nota.
Várias eram as expressões que ela
costumava usar para alegrar as suas aulas: "taico-taico school" (uma alusão à
escola da tia teteca), virgulina, etc. Fazíamos apostas de quantas vezes ela iria dizer
"queridos" durante a aula. Quando descobria tal fato passava a usar outros
vocativos, tal como "discípulos".
Quando dava os resultados das provas
costumava assustar os que tinham tirado as melhores notas, perguntando se o aluno não
tinha estudado. Quando os alunos, nas vistas de provas, mostravam algum erro na
correção, que fosse abaixar a nota, costuma dizer: "fica pela honestidade".
Em 1978, quando tinha 15 anos e
estava no terceiro ano do segundo grau, foi realizado um concurso de poesias no Franco.
Pensei em inscrever uma singela obra em homenagem à ela, empregando as frases célebres
de nossa querida professora. Mas tímido como era e certo da simplicidade de meu escrito,
o texto ficou engavetado. Mas hoje, mais de 20 anos depois, presto aqui minha humilde
homenagem, que elaborei com muito carinho, durante minha adolescência.

Queridos... Querida Professora.
(Uma singela homenagem)
Luiz Cláudio Peixoto de Azevedo
Com licença querida?
A senhora já explicou...
Sabes o que vou falar?
Muito bem, errou!
Hoje falo de ti mestra,
eu, sinestésica criatura
que muitas vezes, confesso,
deixei de lado a leitura.
Detestava o Português
Ora, ora, sou brasileiro...
Mas a senhora é incentivo,
estudei o dia inteiro.
Não dou aula, vendo aula,
disse a senhora muito bem.
Sua aula não é só aula,
é alegria também!
Vou terminando aqui
mesmo,
nem muito bem, nem muito mal,
com meu caderno of dia
usando um ponto final.

Dedicatória escrita pela querida professora.
Se você
lembra de outras frases que a Professora Sylvia utilizava envie para [email protected]
Stella Maria Peixoto de Azevedo colaborou com: "Duralex é de lex no caderno é só
zerex" |