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Palavras da Turma EQFCOS 2002


Excelentíssimo Senhor Contra-Almirante Fernando Eduardo Studart Wiemer,
Comandante da Força de Submarinos,

Senhor Comandante Capitão-de-Mar-e-Guerra Ricardo Antonio Amaral,
Comandante do Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché

Senhoras e senhores.

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No livro "Das Boot" lemos: "características da vida em um submarino. A vida a bordo é monótona. Por longas semanas se deve saber suportar a falta de êxito. Se se acrescentam bombas de profundidade, começa uma guerra de nervos, sobretudo para o Comandante. O espírito da guarnição depende, entre outras coisas, do êxito do Comandante."

Já no texto do Comandante John Byron, que gentilmente recebemos do Almirante Wiemer, relembramos que o comandante do submarino é a pessoa que olha o mais longe possível e deve manter-se apto, técnica e fisicamente, para suas funções.

É fundamental para a tripulação saber que o seu comandante é capaz de empregar o submarino adequadamente e controlá-lo em situações críticas, com segurança. Isso é igualmente válido tanto para operações em tempo de paz como para cruzeiros de guerra.

Da história da Segunda Guerra Mundial sabemos que durante ataques e perseguições com bombas de profundidade, nos quais os submarinos se encontravam entregues e desamparados, os olhos da tripulação repousavam sobre os Comandantes e deles esperavam uma saída para a situação. Por isso, os submarinistas preferiam servir a bordo de submarinos cujos Comandantes eram bem sucedidos.

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Por volta de 1945, as técnicas da guerra submarina já eram muito diferentes das usadas no primeiro inverno da guerra, quando o Tenente Gunther Prien levara seu pequenino U-47 até Scapa Flow e afundara o Royal Oak.

Sofisticando-se, continuamente, na guerra ou na paz, a técnica da guerra submarina passou a exigir a presença, atrás de um periscópio, de homens de elevado nível de conhecimento.

Esta evolução também aconteceu em nossa Marinha e cremos ser interessante lembrarmos, nesta cerimônia, de alguns fatos marcantes da história a respeito do preparo dos futuros comandantes dos submarinos no Brasil.



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A revista "O Periscópio" do primeiro semestre de 1987, registra que com o advento dos submarinos da classe Oberon muito aprendemos, operativamente falando. Entretanto, constatávamos que as técnicas novas que aprendíamos com os ingleses, há algum tempo, eram utilizadas pelos americanos a bordo dos submarinos da classe Guppy II.

Porém, esses conhecimentos nunca foram transmitidos. Por exemplo - a perifoto - os manuais ingleses eram bastante equivalentes aos americanos. A técnica era antiga, nós é que não a conhecíamos

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O salto operativo foi muito grande, principalmente para os oficiais e praças que guarneciam os submarinos da classe "Humaitá". Porém, aqueles que permaneciam servindo em unidades da classe "Guanabara" tinham dificuldades de assimilar as novas técnicas de operação, criando certa timidez e até aversão a uma atualização nos moldes ingleses. A separação dos oficiais qualificandos em dois grupos: o de Oberon e o de Guppy, favoreceu a criação de sentimentos de diferenças e, até, de certa rivalidade entre Oficiais.

Segundo o texto publicado, o CAFCIS, Curso de Atualização para Futuros Comandantes e Imediatos de Submarinos, existente na época, pouco acrescentava aos futuros Comandantes, na medida em que o curso era composto só por palestras de ex-Comandantes que procuravam transmitir suas experiências, nem sempre absorvidas pelos Oficiais-alunos. 

A mudança na filosofia de operação dos nossos submarinos obrigou a criação de cursos para preparação de Oficiais de Operações. Posteriormente, baseado em conhecimentos obtidos ainda com os ingleses, foi criado um novo CAFCIS, baseado no "Commanding Officer Qualifying Course" (COQC), curso da OTAN, então ministrado pela Força de Submarinos Inglesa.

Por ter se tornado um requisito para o Comando de um submarino e tendo caráter eliminatório, o curso passou a ser constituído apenas por futuros comandantes, passando a ser chamado de Curso de Qualificação para Futuros Comandantes de Submarinos (CQFCOS). Os Imediatos passaram a ser formados junto com os Oficiais de Operações.

Em 1991, o curso passou a ser chamado C-EXP-AFCOS (Curso Expedito de Atualização para Futuros Comandantes de Submarinos) e, em 1995, foi tranformado em estágio: o EQFCOS (Estágio de Qualificação para Futuros Comandantes de Submarinos).

Outrossim, digna de nota, foi a construção do novo Treinador de Ataque, utilizado a partir de 1994, tornando o adestramento mais real e proveitoso.

Durante essas mudanças, o formato básico se manteve: fase de segurança e fase tática. No entanto, vem periodicamente sendo atualizado, graças aos conhecimentos adquiridos pelos oficiais que foram cursar o Submarine Command Course (PERISHER), com o aprendizado de táticas e operações dos navios e sistemas modernos da Marinha da OTAN.

Esse ano, por exemplo, o Comandante Oscar nos apresentou a operação do sonar rebocado de banda estreita (Towed Array). 

Sabemos que no submarino não existe o charme do passadiço e o periscópio só é usado quando o deve ser. Aprendemos, durante a vida a bordo, a ver apenas ouvindo com os ouvidos dos sonares e de seus operadores. No entanto, ao concluirmos este estágio, passamos a ter uma nova postura operativa, em que compomos na memória toda uma situação tática e passamos a desenvolver todo um novo condicionamento físico, psíquico e técnico-profissional. E hoje, nós, oficiais-alunos do EQFCOS 2002 podemos explicar a evolução do nosso pensamento operativo adaptando uma frase de Isaac Newton: "Se vemos um pouco além, foi porque subimos nos ombros de gigantes."

Gostaríamos então, agora, de agradecer a esses gigantes.

Ao Almirante Wiemer agradecemos por nos ter indicado para o estágio e por nos ter acompanhado e incentivado durante a realização do mesmo. Expressamos nosso orgulho e satisfação de termos esta solenidade presidida pelo senhor, com quem aprendemos desde os idos da Escola Naval, a bordo do AvIn "Guarda-Marinha Brito".

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Ao Comandante Amaral, somos gratos pela orientação, conhecimentos transmitidos e por toda estrutura deste Centro que foi mobilizada para a realização do EQFCOS. Sabemos do esforço que foi feito para a prontificação do Treinador de Ataque, indispensável para este estágio.

Ao Comandante Hecht, nosso Supervisor, agradecemos pela seriedade e brilho intelectual que contribuiram para a manutenção do padrão de excelência do EQFCOS.

Cumpre também lembrar o grande estímulo que representou a convivência com o Comandante Oscar, nosso instrutor. "Usa o setor!" "Usa o tempo!" Não foi, por vezes, lição fácil, mas foi certamente lição cujo proveito saberemos apreciar. Muito obrigado mestre, pelos ensinamentos, pela paciência e pela amizade!


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Há que ressaltar a importante participação dos oficiais da Escola de Submarinos: Comandantes Jaccoud, Teixeira e Baracho. E ao Comandante Demby nosso especial reconhecimento. Foi notável a maneira como aqui nos recebeu, bem como organizou as importantes palestras ministradas.

Agradecemos aos Comandantes Castilho, Waltércio e Olsen, pelas palavras de incentivo e conhecimentos repassados. Ao Comandante Marcelo, e seu Imediato, Comandante Roberto Assis, pela forma cordial como fomos recebidos a bordo do Submarino Tupi, bem como pelas experiências transmitidas.

Ao SO Lago e demais praças do Treinador de Ataque, somos gratos pelo trabalho diário que contribuíu de forma decisiva para o bom andamento do estágio que ora concluimos.

Finalmente, mas sobretudo, agradecemos à Deus e às nossas famílias, pelo apoio e pelo amor que nos permitiram cumprir a derrota planejada.

Varredura do horizonte, iça o uno! Alaga! Atenção Equipe de Ataque: avistados, pela popa, momentos difíceis, mas importantes, vividos com grande dose de esforço e sacrifício, e que serão guardados, com carinho, em nossos corações. Muito obrigado!

 

 

 

 

 

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